Talvez passos tortos sejam necessários para assim encontrar o caminho certo. Já caminhei para lados muito distantes aos teus, mas parece que no fim nossos caminhos resolvem se unir novamente. Eu não acredito em destino, até agora. Prefiro deixar que o tempo, a vida, as nossas ações involuntárias nos mostrarem quem deveremos ser, juntos ou não. Queria saber explicar ao meu coração o certo e o errado, o simples e o complexo, o real e a ilusão. Mas ele teima em não aprender, como sempre fez. Tudo isso para me confundir entre teu mar de compreensão ou à poça de sonhos do outro lado da avenida.
Talvez eu precise me perder mais para te achar no fim de tudo. Ou eu simplesmente deva ficar parada e aguardar o momento em que nossos corações voltarão a entrar em sincronia com o ritmo de nossas palavras doces ao fim da tarde de inverno. Já sabes todos meus gostos, desejos, pensamentos… Ah, como isso me deixa inquieta. O fato de saber os meus pensamentos. Ainda não me acostumei com essa transmissão que existe desde tempos em que a memória falha. É incrível como a distância não impediu que sonhos profundos atravessem paredes maciças de mágoas.
Talvez devêssemos deixar tudo como está, porque somos feliz assim. Ou deveríamos mudar algumas coisas para sermos ainda mais completos? Quem sabe o tempo, de novo, não nos ensine algumas coisas… Mas as palavras vindas em minha direção sempre vão me afetar de uma forma ou de outra. Mas lembra que eu não senti nada muito recíproco. Mas, como eu disse e tu sabe, eu me confundo bastante.
Talvez eu tenha tanto medo de tomar a decisão errada na hora certa. E mais ainda a certa na hora errada.